sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Psicose urbana

Sussurros, respiros, risos, transpiração, batimentos cardíacos, e de repente uma taquicardia.
Zumbidos, distorção visual, gemidos, visões, aparições. gargalhadas sem fim.
As intensidades aumentam, os sentidos se aguçam e passam a fazer parte de um só.
Gritos, transtornos, desespero, estrondos, confusão mental, avarias.
E de repente um grito fúnebre, seguido de um gemido intenso tal qual a intensidade com que os pensamentos se vão.
E sem mais nem menos escombros. Minha mente se foi, se desfalece, se desfaz de tudo que havia conhecido e arquivado ao longo da vida.
Momentos perdidos que não mais voltaram, ficaram perdidos nas memorias de uma louca, que range os dentes e se contorce em momentos de desespero, sem saber ao certo onde esta,ou para onde vai. Simplesmente caminha aonde o corpo manda, aonde a pequena quantidade de lucidez, que ainda sobrevive em meio ao caos, do cérebro transtornado que já não mais comanda ,lhe guie e lhe diz que ali sim é o caminho certo a seguir. Em meio a milhões de caminhos um sim talvez, seja o caminho certo. Talvez em um desses caminhos possa encontrar a velha memória perdida, as velhas lembranças arquivadas em uma gaveta, de um velho armário de madeira com cheiro de pueira, e mofo.
Removam os véus da minha turva visão, já não e possível ver, aclarem os caminhos, está tudo escuro.
Ao longe começo a ver luzes brilhantes, tal qual vaga-lumes, elas aumentam vem em minha direção, e junto a elas imagens de certas pessoas que bem ao longe, quem sabe, na morta memória sejam parte de um passado.
Recomeçam calafrios, suores frios, gritos, e ao fim crianças dançam uma cantiga de roda em em meio aos meus olhos, sons de uma infância perdida que não volta mais.
As coisas ao fim de tudo se turvam, se mesclam fazem parte de uma coisa só, se misturam formando anagramas, e quimeras dentro de um tempo anacrônico fora da realidade, que ha muito não habito.
E enfim começa um formigamento, recobro a existência de algumas partes do corpo, e com elas a visão vai se tronando mais clara, e menos turva, a mente recomeça a voltar ao corpo ao qual pertencia e enfim, estou em mim abro os olhos e vejo o teto do quarto, tomo consciência de onde estou. E percebo que tudo não passa de uma psicose urbana , momentos em que a mente se desligou, durante um leve sono devido ao fato de não mais poder suportar, as pressões do dia a dia.

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